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Entrevista com a autora Débora Falcão.

Olá galera, tudo bem? Hoje eu trouxe para vocês mais uma entrevista com uma autora nacional. Dessa vez, eu quero que vocês conheçam a Débora Falcão.

Para quem ainda não conhece a autora, Débora Falcão tem 33 anos e mora em Recife (PE) com o marido e o filho. É professora de Teatro e Artes formada pela Universidade Federal de Pernambuco, mas largou a profissão há dois anos para se dedicar à escrita. Tem diversos livros publicados de forma independente, e Guerra Negra é o primeiro publicado por uma editora (Editora Deuses). Seus hobbies integram o mundo das artes, adora desenhar, cantar, tocar teclado, e suas bandas preferidas são Eluveitie, Nightwish e Tarja Turunen, que gosta de ouvir com um bom incenso cravo e canela à luz de velas.


Agora que já conhecemos um pouco sobre a vida pessoal da autora, vamos conhecer um pouco sobre o seu livro e como funciona o seu processo de escrita?

1 – Como surgiu a ideia para escrever o livro Guerra Negra?

Então, eu costumava conversar muito com meu avô, David Falcão, que era especialista em profecias bíblico-cristãs para o fim do mundo (sabe, aquelas do Apocalipse que a gente vê muito em filmes). Pois é. Só que não existem profecias só no Apocalipse, ou Livro das Revelações, mas em outros livros da Bíblia, no Antigo Testamento, que falam sobre a mesma coisa. Ele decifrava os símbolos para mim e me pintava um quadro distópico, e eu sempre imaginava tudo aquilo e dizia para mim mesma: “Caramba, isso dava até um filme!”. Bom, cresci ouvindo essas histórias e um dia resolvi escrever, aí surgiu Império da Luz, a sequência de Guerra Negra, mas como sendo o primeiro livro. Depois, eu resolvi escrever como as coisas “chegaram lá”, porque estava tudo muito solto, e acabei criando um mistério particular para Guerra Negra. E surgiu o livro.

2- Nos conte um pouco sobre a história do seu livro?

Bom, Keren-Hapuque é uma judia, de família ultraortodoxa, que consegue se mudar com permissão dos pais de Israel para a América, e é matriculada na escola de elite New Order High. Faz vários amigos, mas começa a perceber que por trás da fachada de felicidade, amor e paz, existe algo estranho acontecendo. Esta escola é mantida por uma entidade religiosa chamada Irmandade da Luz, regida pela Alta Sacerdotisa Meriadne, e todos os integrantes da escola são adeptos dessa seita, o que faz Keren se sentir um pouco deslocada. Aos poucos, ela vai se enturmando e incorporando os preceitos dessa nova religião em sua própria religião, até ser confrontada por um rapaz misterioso que aparece em sua porta: Josh. E naquele momento, tudo o que ela pensava ser real, tudo o que ela acreditava estar vivendo, cai por terra em mentiras. Enquanto tudo isso vai acontecendo e causando mudanças radicais em Keren, o mundo vai mergulhando rapidamente numa Guerra implacável, com foco na Faixa de Gaza e tendo participação da maioria dos grandes países. Nesse meio, destaca-se um homem, chamado Junius de Margeau, que parece ser a única esperança de paz da humanidade. Ele tem planos, mas Keren estará lá para desmascará-lo. Muito suspense, muita ação, muita aventura e, é claro, muito romance. É só isso que eu prometo!


3- Descreva o livro Guerra Negra em uma única frase.

“Nem todo branco significa luz, nem todo preto significa trevas; há muito mais entre essas duas cores do que supõe vossa vã religiosidade.” (Frase de Keren-Hapuque, personagem do meu livro).

4- Quem são os seus autores preferidos e qual foi o melhor livro que você já leu?

Meus autores preferidos internacionais são Dan Brown (gosto muito da dinâmica que ele escreve, a história nunca cai ou arrefece). Eu já li todos os livros dele (tenho-os em minha coleção particular). No Brasil, na atualidade, meus autores preferidos são Eduardo Spohr e André Vianco, tenho todos os livros deles. Eles têm ideias geniais, e gostaria muito de ver o cinema brasileiro investindo nas adaptações dessas histórias.


5- Qual é o seu maior objetivo na carreira literária?

Fazer as pessoas viajarem nas minhas “viagens”. É muito interessante quando alguém lê um livro meu e depois vem me contar o que achou. Eu sempre procuro responder a todas as pessoas que me mandam mensagens, embora seja complexo por causa de minha rotina – eu me isolo completamente para escrever boa parte do dia – mas faço sempre isso, sempre que posso. É gratificante perceber que o que eu escrevi toca outras pessoas, fazem elas se divertirem e adentrarem mundos completamente diferentes e, ao mesmo tempo, verossímeis, prováveis, quase reais.

6- Como você vê o mercado literário para os novos autores hoje em dia?

Estamos vivendo uma era muito interessante, mas que tem dois lados, um bom e um ruim. O lado bom é que temos uma demanda enorme, muita gente lendo, o que há alguns anos não era comum. Quase todo mundo lê, principalmente adolescentes e jovens, e nas escolas o que mais vemos são essas pessoas com um livro na mão, um na bolsa, sempre nas bibliotecas. Isso significa que existe um mercado em expansão. O lado ruim é que, da mesma forma que a demanda cresceu, a oferta também cresceu. Existe um mar de gente escrevendo, e fica difícil para um escritor se destacar no meio de tanta gente. Existe muita gente ruim, também; gente que não escreve bem, que não se preocupa por ter uma boa escrita, mas que está tentando e isso é bom, significa que as pessoas estão procurando se expressar na literatura. Mas as pessoas geniais ficam completamente perdidas no meio desse mar, e cabe às editoras encontrarem esses novos talentos e investirem neles. Aí surge outro problema: as editoras recebem diariamente inúmeros originais para ler, e acabam descartando muita gente que poderia estar fazendo sucesso hoje. Por isso, concluo que, apesar de estarmos vivendo uma era de leitores, os escritores precisam batalhar muito para verem seus livros nas prateleiras das livrarias e nas casas desses leitores ávidos. Trabalho árduo, sempre.


7- Qual dica você daria para quem está começando a escrever um livro?

A primeira delas é LER MUITO. A nossa ferramenta de trabalho é a Língua Portuguesa, mas por experiência própria, a gente não aprende a escrever estudando as minúcias da nossa gramática. A gente aprende a escrever lendo muito, lendo bastante. Mas não lendo qualquer livro. Existem livros famosos cuja linguagem é chula, rasa, cheia de frases clichês. Esse tipo de leitura pode distrair, mas não nos ajuda a melhorar nossa escrita. A leitura que nos ajuda é a leitura de autores que prezam por essa boa escrita, não necessariamente sendo livros chatos. Eu poderia citar os imortais da ABL (Academia Brasileira de Letras), mas posso citar um escritor brasileiro muito bom, que escreve muito bem, e que leva você para uma viagem de criaturas fantásticas, muita ação e aventura: Eduardo Spohr. Então, minha dica é: boa leitura, e escrever bastante, lendo e relendo o que escreveu. A prática nos leva à perfeição


8- Como funciona o seu processo de escrita? Você soma uma ideia à outra ou a história simplesmente surge em sua mente?

Eu costumo dizer que todo escritor possui uma antena, e que captamos as histórias que ficam circulando numa espécie de “nuvem” coletiva. As histórias sempre estiveram lá; nós só precisamos captá-las. Às vezes, a gente capta a história completa, precisando acrescentar alguns detalhes; às vezes, ela vem em pedaços e precisamos acrescentar o resto. E isso explicaria porque tanta gente, em vários segmentos artísticos (literatura, música, cinema, teatro) de tempos em tempos escrevem sobre um mesmo tema: vampiros - duendes e fadas – cavaleiros – bruxos e bruxas – fim do mundo/distopia – romances tórridos – etc. É só minha teoria pessoal (risos). Mas é assim que acontece comigo. Em algumas histórias, elas veem a mim com começo, meio e fim. Em outras, veem só as ideias iniciais, e vou descobrindo o resto à medida que vou escrevendo.


9- Você prefere escrever durante a noite ou durante o dia? Você costuma ouvir músicas enquanto escreve? Que tipo de músicas? Bandas?

Eu escrevo mais pela manhã e à tarde, porque criei esta rotina para dar atenção a marido e filho, mas quando a ideia surge eu corro para o notebook e começo a escrever, mesmo que seja de madrugada, senão eu esqueço. No mais, eu uso um recurso que criei para mim: um roteiro. Eu tenho a ideia e escrevo todo o roteiro dela, cronológico ou não, em um arquivo separado. Assim, quando eu estiver escrevendo, não esqueço ou perco a inspiração, porque já está tudo ali, anotado. Quanto ao que ouço durante meu processo de escrita, depende do que eu esteja escrevendo. Existem livros ou capítulos que são inspirados por algumas canções, e geralmente os escrevo ouvindo essas músicas. Por exemplo, quando escrevi Sonhos de Tinta praticamente furei o primeiro CD da cantora Birdy. Já com Guerra Negra eu escutei muitas coisas, desde a cantora Sia até bandas totalmente diferentes, como as internacionais Amon Amarth (Deceiver of the Gods), Within Temptation (várias músicas), Nightwish (Once), Moonspell (Sin/Pecado) e Eluveitie (The Archane Dominion e Helvetios), e a nacional Shaaman (Album Ritual). Apesar de serem bandas muito diferentes entre si, são bandas que abordam os temas que escrevi em Guerra Negra, e foi como conhecer várias percepções diferentes da mesma coisa, que era o que eu queria escrever.

10- Você já está escrevendo os próximos livros da série? Pode nos contar os títulos?

O segundo já está quase pronto, estou nos capítulos finais. Os próximos eu já tenho a ideia do conflito central de cada um, e como as coisas vão se desenrolar, mas ainda não escrevi. Os títulos são:

  • Guerra Negra

  • Império da Luz

  • Duas Testemunhas

  • Abismo

  • Millenium

Há também um spin-off do primeiro livro, de apenas quatro capítulos, que se chama “Contos da Guerra Negra – A Sétima Colina”. No momento é um presente para quem comprar o Guerra Negra, até o lançamento oficial, que ocorrerá dia 10 de outubro deste ano. Após esta data, estará à venda nos sites Amazon e Clube de Autores.


E aí? Gostaram? Vou colocar aqui embaixo o link da rede social da autora para quem quiser entrar em contato com ela. Até a próxima \o


(Facebook da autora).

https://www.facebook.com/debora.falcao.946?fref=ts


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